Quem sou eu

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Advogada, Professora, Especialista em Direito Administrativo; Direito Previdenciário; Pedagogia Escolar: supervisão e orientação; Metodologia da Ciência; Metodologia do Ensino Superior e Direito Educacional. Representante do Fórum Paranaense da Pessoa Idosa no Conselho Estadual do Direito da Pessoa Idosa do Paraná – CEDI PR, integrante do Fórum Paranaense da Pessoa Idosa – FPPII, Membro Efetivo da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Paraná e Membro Efetivo da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil - ,seção Paraná,. Estudiosa do Envelhecimento, Longevidade e dos Direitos inerentes à Pessoa Idosa. E-mail: adv.rosangela.s@gmail.com

01 dezembro 2012

PAIXÃO ANTIGA

Feliz  quem tem um amor, mesmo escondido,  ilumina traz calor e esperança, acende a alma.
Assim, adormece enquanto há distância, porém basta uma faísca e explode, incendeia as emoções, surge intenso, desperta de sua dormência toma conta do corpo e da alma, o tempo inexiste para quem ama....

É o arrepio, o frio no estômago, as pernas bambas, o corpo estremece com um gesto, em uma palavra.... É o amor que reaparece, tira a paz, inflama pensamentos  e múltiplos sentimentos  borbulham, transbordam felicidade, mexem com a alma e com o coração.
Apenas um reencontro entre dois apaixonados é capaz de transformar vidas... Suscita luz, alegria e sentido à existência, colore os dias e permite que amem outra vez....





Fecho os olhos e relembro momentos distantes, exceções da regra esquecimento. Busco emoções escondidas na face do tempo no olhar da saudade. O desejo cresce e, neste instante renasce a vontade de encontrar meu amor. A vida segue a linha tênue da esperança de um reencontro, para ter em meus braços o meu amado e, assim, não mais a distancia fomentar saudades, lágrimas e ilusões marcadas com pensamentos envolvidos na tristeza que sua ausência causa. Assim, sigo na ânsia de ver minha vida, novamente em seus braços.
 RCJ/1987

Lembranças consomem dias, fazem o coração disparar e a vontade de procura aumenta ....
A vida esconde-se entre arbustos secos, entrelaçados e quebradiços, no vazio que fica, na dor que esmaga o amor que insiste ficar.

Fecham-se os olhos e surge tão belo passado, sente-se o coração acelerar e o toque das bocas nos corpos unidos, é a vida que acorda, é o amor que renasce.

São corações que não esquecem do primeiro olhar, da vontade de ficar, do desejo de querer uma vida em outra vida, preencher lacunas e na completude da saudade a certeza de um querer adormecer e um ficar sem querer acordar.
RCJ/1988



Não explicamos, simplesmente olhamos, falamos, tocamos : queremos ser um só....
Não determinamos o momento em que surge o amor: amamos....
Não sabemos porque vivenciamos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade a felicidade, a vontade, o sonho, a cumplicidade e o doce engano....
Não conseguimos traduzir o turbilhão de emoções presentes nas alegrias que tornam-se tristezas e que levam o abandono tornar-se parte de uma história, resulta, assim, um coração que precisa aprender a conviver com um novo ritmo: descompassado e solitário....
São dias intermináveis e caminhos infinitos, tortuosos e com a presença constante da solidão.
Não compreendemos a moral da história, apenas sentimos o tormento da separação, nas noites entregues à reflexões, acompanhadas por inúmeras buscas à respostas que nunca chegam....
Não, não e não queremos pensar naquilo que poderia ser e não foi: negar o sentimento existente é querer mais e mais....
Esquecer? Como?
Ah, se soubéssemos as respostas! O amor e a paixão seriam, então, sentimentos sem emoção e ausentes nos corações dos amantes.....  
RCJ/2009


30 outubro 2012

Eu sou eu e minha circunstância e se não a salvo, não salvo a mim mesmo




Na frase de Ortega y Gasset “ eu sou eu e minha circunstância e se não a salvo, não salvo a mim mesmo" , observa-se, na primeira parte da citação,  a individualização dos problemas de cada homem. Já na   segunda, compreende-se o homem como detentor do livre arbítrio, capaz mudar sua vida e, decorre da sua escolha a transformação da realidade limítrofe, ou seja, suas escolhas implicam diretamente no modo como estrutura sua vida, mais, tornar-se líder e muda a história.     

Compreende-se a obra La rebelión de las massas de Ortega y Gasset, publicada em 1937, como discurso da desigualdade social na medida em que, o autor, deixa claro a diferença entre elite e massas, assim, o contexto não era econômico-social, mas moral, inspirada na doutrina hindu do dharma e do karma, de modo que o homem-massa podia se encontrar nas famílias ricas e o nobre, o homem de elite, nascer entre indigentes. Mormente, é uma obra que direciona o olhar para os problemas sociais e políticos como meios para mudar a circunstância.  


 “Este ensayo quisiera vislumbrar el diagnóstico de nuestro tiempo, de nuestra vida actual. Va enunciada la primera parte de él, que puede resumirse así: nuestra vida, como repertorio de posibilidades, es magnífica, exuberante, superior a todas las históricamente conocidas. Mas por lo mismo que su formato es mayor, ha desbordado todos los cauces, principios, normas e ideales legados por la tradición. Es más vida que todas las vidas, y por lo mismo más problemática. No puede orientarse en el pretérito. Tiene que inventar su propio destino. Pero ahora hay que completar el diagnóstico. La vida, que es, ante todo, lo que podemos ser, vida posible, es también, y por lo mismo, decidir entre las posibilidades lo que en efecto vamos a ser. Circunstancia y decisión son los dos elementos radicales de que se compone la vida. La circunstancia — las posibilidades — es lo que de nuestra vida nos es dado e impuesto. Ello constituye lo que llamamos el mundo. La vida no elige su mundo, sino que vivir es encontrarse desde luego en un mundo determinado e incanjeable: en éste de ahora. Nuestro mundo es la dimensión de fatalidad que integra nuestra vida. Pero esta fatalidad vital no se parece a la mecánica. No somos disparados sobre la existencia como la bala de un fusil, cuya trayectoria está absolutamente predeterminada. La fatalidad en que caemos al caer en este mundo — el mundo es siempre éste, éste de ahora — consiste en todo lo contrario. En vez de imponernos una trayectoria, nos impone varias, y, consecuentemente, nos fuerza... a elegir. ¡Sorprendente condición la de nuestra vida! Vivir es sentirse fatalmente forzado a ejercitar la libertad, a decidir lo que vamos a ser en este mundo. Ni un solo instante se deja descansar a nuestra actividad de decisión. Inclusive cuando desesperados nos abandonamos a lo que quiera venir, hemos decidido no decidir. Es, pues, falso decir que en la vida "deciden las circunstancias". Al contrario: las circunstancias son el dilema, siempre nuevo, ante el cual tenemos que decidirnos. Pero el que decide es nuestro carácter. Todo esto vale también para la vida colectiva. También en ella hay, primero, un horizonte de posibilidades, y luego, una resolución que elige y decide el modo efectivo de la existencia colectiva. Esta resolución emana del carácter que la sociedad tenga, o, lo que es lo mismo, del tipo de hombre dominante en ella. En nuestro tiempo domina el hombre-masa; es él quien decide. No se diga que esto era lo que acontecía ya en la época de la democracia, del sufragio universal. En el sufragio universal no deciden las masas, sino que su papel consistió en adherirse a la decisión de una u otra minoría. Éstas presentaban sus "programas" — excelente vocablo. Los programas eran, en efecto, programas de vida colectiva. En ellos se invitaba a la masa a aceptar un proyecto de decisión.”

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25 outubro 2012

Sempre Em Meu Pensamento




Não sei o que se passa no meu pensamento
Só penso em você a todo momento
Vejo o teu olhar em todo lugar
Meu coração dispara ao te ver chegar
Preciso de você
Tenho tantas coisas pra te dizer
Quero te beijar
Vem pra cá menina que eu quero te amar

Preciso de você
Tenho tantas coisas pra te dizer
Quero te beijar
Vem pra cá menina que eu quero te amar

Não sei o que se passa no meu pensamento
Só penso em você a todo momento
Vejo o teu olhar em todo lugar
Meu coração dispara ao te ver chegar
Preciso de você
Tenho tantas coisas pra te dizer
Quero te beijar
Vem pra cá menina que eu quero te amar

Preciso de você
Tenho tantas coisas pra te dizer
Quero te beijar
Vem pra cá menina que eu quero te amar

Sinto que você também me quer
Então vem amor vem ser minha mulher
Sinto que você gosta de mim
Então vem amor que eu te quero sim

Preciso de você
Tenho tantas coisas pra te dizer
Quero te beijar
Vem pra cá menina que eu quero te amar...
Sorriso Maroto
Vem pra cá menina que eu quero te amar

Preciso de você
Tenho tantas coisas pra te dizer
Quero te beijar
Vem pra cá menina que eu quero te amar

Não sei o que se passa no meu pensamento
Só penso em você a todo momento
Vejo o teu olhar em todo lugar
Meu coração dispara ao te ver chegar
Preciso de você
Tenho tantas coisas pra te dizer
Quero te beijar
Vem pra cá menina que eu quero te amar

Preciso de você
Tenho tantas coisas pra te dizer
Quero te beijar
Vem pra cá menina que eu quero te amar

Sinto que você também me quer
Então vem amor vem ser minha mulher
Sinto que você gosta de mim
Então vem amor que eu te quero sim

Preciso de você
Tenho tantas coisas pra te dizer
Quero te beijar
Vem pra cá menina que eu quero te amar...

Sorriso Maroto



MOMENTOS


PRA SEMPRE


Eu só quero saber
Como anda você
Admito é bem cedo
Pra vir te ver

Reconheço que errei
Terminei com você,
Me perdoa
Foi medo de me prender

Por sofrer por você
vim dizer...

É o amor,
que me faz te querer
É o amor,
que me faz aprender
Sem você vou sem paz,
Eu te amo demais
Pra esquecer

É o amor,
que me faz te querer
É o amor,
que me faz aprender
É o amor que me faz
Vir lutar e jurar pra você

E nunca mais te deixar,
pra sempre te amar
Me beija, me abraça, me sente

E nunca mais te deixar,
pra sempre te amar
Como nunca amei pra sempre 

Sorriso Maroto

24 outubro 2012

ESTRUTURA DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL


 

1 INTRODUÇÃO

O estudo das obrigações relaciona-se com o direito da liberdade. Trata-se de um ato de vontade que vincula dois ou mais sujeitos em face de uma ou mais prestações de valor econômico.

Destarte, encontra-se de cada lado da prestação dois ou mais sujeitos com interesses diferentes. De um lado temos o(s) titular(es) do crédito, ou seja o(s) credor(es), cujo desejo consiste no adimplemento da prestação pela outra parte, em outras palavras, do devedor que, por sua vez, deseja desvincular-se do vínculo jurídico estabelecido com a parte adversa.

O Direito das Obrigações, ramo do Direito Civil, surgiu da necessidade de regular as relações obrigacionais originadas de um fato jurídico. Sendo assim, vale trazer, à baila, a definição o conceito de obrigação proposto por Beviláquia (1910, p.13), obrigação é

a relação transitória de direito, que nos constrange a dar, fazer ou não fazer alguma coisa economicamente apreciável, em proveito de alguém conosco juridicamente relacionado, ou que em virtude da lei, adquiriu o direito de exigir de nós ação ou omissão.

Este conceito abrange todos os elementos essenciais da obrigação: relação de direitos e deveres recíprocos entre as partes, polos da obrigação, cujo objetivo é o cumprimento do vínculo jurídico transitório estabelecido entre eles.

 

2 ELEMENTOS DAS OBRIGAÇÕES


2.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS


A relação obrigacional é composta de três elementos fundamentais, são eles:

a)    Subjetivo ou pessoal:

a.    Sujeito ativo (credor)

b.    Sujeito passivo (devedor)  

b)    Objetivo ou  material: a prestação

c)    Ideal, imaterial ou espiritual: o vínculo jurídico


2.2 SUJEITOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL

            A relação obrigacional apresenta, pelo menos, a existência de dois sujeitos, sendo eles: o credor, sujeito ativo da relação obrigacional e o titular do direito de crédito, ou seja, é o detentor do poder de exigir, em caso de inadimplemento, o cumprimento coercitivo (judicial) da prestação pactuada, e o devedor é o sujeito passivo da relação jurídica obrigacional, é a parte a quem incumbe o dever de efetuar a prestação.

            Dessa forma, Venosa (2012, p.14-15) complementa que, a obrigação poderá ser composta de  múltiplos  sujeitos ativos e passivos e, que, “[…] apenas pessoa natural ou jurídica poderá ficar nos polos da obrigação. Nada impede, porém, que em cada polo da relação obrigacional se coloquem mais de um credor ou mais de um devedor”.

            Conforme os ensinamentos de Venosa (2012, p. 14) para que se possa reconhecer a existência jurídica da obrigação, os sujeitos da relação, credor e devedor, devem ser determinados ou, ao menos, determináveis, sendo que “[...] a indeterminação do sujeito na obrigação deve ser transitória, porque no momento do cumprimento os sujeitos devem ser conhecidos”, caso contrário, se perdurar a indeterminação do credor, a lei faculta ao devedor adimplir a obrigação por meio da consignação em pagamento, que é o depósito do objeto da prestação em juízo. Já a indeterminação do devedor “[...] é mais rara, mas também pode ocorrer, decorrendo em geral de direitos reais que acompanham a coisa em poder de quem seja seu titular” (PEREIRA, 1972 apud VENOSA, 2012 ,p. 15).

            Venosa (2012, p. 15) lembra que “ocorre com frequência que os sujeitos da obrigação sejam representados”, assim, decorre deste fato que, os representantes agem em nome e no interesse de qualquer dos sujeitos da relação obrigacional (credor ou devedor), ou seja, manifestam declaração de vontade em nome do representado, vinculando-os, na forma da legislação em vigor.


2.3 OBJETO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL

            O elemento objetivo da obrigação é a prestação. Esta possui dois tipos de objeto: Objeto direto ou imediato e o objeto indireto ou mediato.

            O objeto imediato da obrigação (e, por consequência, do direito de cré­dito) é a prestação, a própria atividade positiva (ação) ou negativa (omissão) do devedor, satisfazendo o interesse do credor, sendo, esta, sempre de conteúdo patrimonial.

            As prestações que constituem o obje­to direto da obrigação, poderão ser:


  • Positivas       
 
  • De Dar  
  •    Coisa Certa
  •     Coisa Incerta
  • De Fazer
 
  • Negativas                             De não Fazer

            A prestação para ser validamente considerada objeto direto da obrigação, deverá ser: possível (art. 166, II do CCB/2002), lícita (art. 166, CCB/2002) e  determinável. Sinteticamente, teríamos:

Obrigação
  • Objeto Direto ou imediato: A prestação
  • Objeto Indireto ou mediato: O bem da Vida (utilidade Material)

 

            Ensina Venosa (2012, p. 16) que, se a prestação for inteiramente impossível, será nula a obrigação e, se parcialmente impossível, não se invalidará a obrigação conforme reza o artigo 106 do CCB/2002, já que  cumprimento da parcela possível poderá ser útil ao credor.

            De acordo com o CCB/2002, artigo 166 a prestação, também, deve atender aos ditames da moral, bons costumes e da ordem pública, sob pena de nulidade, como em qualquer ato jurídico.

            Finalmente, a prestação deve ser determinada ou ao menos determinável individualizando o objeto. Dessa forma, toda prestação, para valer e ser realizável deverá conter elementos mínimos de identificação e individualização, ou seja, “será determinável a prestação quando a identificação é relegada para o momento do cumprimento, existindo critérios fixados na lei ou na convenção para a identificação” (VENOSA, 2012, p.17).

            Para que haja o cumprimento da prestação é necessário, no momento de realizá-la, ao devedor ou o credor  especificar o objeto da obrigação, convertendo a em prestação certa e determinada.

 

2. 4  VÍNCULO JURÍDICO DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL

            O vínculo jurídico, elemento espiritual ou abstrato da obrigação, une o credor ao devedor, originada de um fato jurídico (fonte da obrigação), por meio da qual fica o devedor obrigado (vinculado) a cumprir uma prestação patrimonial de inte­resse do credor, em outras palavras, vincula o titular  do direito ao sujeito do dever.

            Conforme Venosa (2012, p. 21) “[...] o cerne ou núcleo da relação obrigacional é o vínculo [...] , portanto, biparte-se no débito e na responsabilidade [...] vêm sempre juntos, como fenômenos inseparáveis [...] são aspectos do mesmo fenômeno da relação obigacional”.

Demasiadamente, não há obrigação sem sujeitos, sem objeto e sem vínculo jurídico.
 

3 CONCLUSÃO

Compreende-se por obrigação a relação jurídica pessoal por meio da qual uma parte (devedora) fica obrigada a cumprir, espontânea ou coativamente, urna prestação patrimonial em proveito da outra (credora).
            Logo, compreende-se por objeto indireto ou mediato da obrigação a própria prestação de dar, fazer ou não fazer, ou seja, do próprio bem da vida posto em circulação jurídica, de interesse do credor.
            Compreendemos os elementos essenciais da obrigação: sujeitos, objeto e vínculo como elementos essenciais a pratica dos negócios jurídicos, na medida em que garantem a eficácia da obrigação.


REFERÊNCIA


BEVILÁQUIA, Clóvis. Direito das Obrigações. 2. ed. Salvador: Magalhães, 1910.

GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo Curso de Direito Civil. Vol. II. 12. ed., São Paulo: Saraiva, 2011. 

VENOSA, Silvio. Direito civil: Teoria geral das obrigações e teoria geral dos contratos. Vol. II. 12. ed., São Paulo: Atlas, 2012.

 

21 setembro 2012

Poesia completa e prosa

Por acreditar que os poemas estimulam recordações, denunciam, emocionam, renovam, traduzem sentimentos, transcendem ao tempo...











MINHAS POESIAS












JÁ ERA TEMPO
Ary Barroso

Já era tempo de você voltar
Me beijar, esquecer
Já era mais que tempo de você
Refletir que as palavras
Muitas vezes
Não provém do coração

Há muitos meses que você, meu bem
Disse adeus e partiu
Já era tempo de você chegar
Como eu, com os olhos rasos d’água
Mas em mágoa

Triste de quem tem e vive à toa
Triste de quem ama e não perdoa
Ai de quem não cede
E de quem sempre tem razão
Ninguém sabe mais que o coração

Por isso eu peço: volta aos braços meus
Sem adeus, só perdão
Porque na hora em que você chegar
Como eu, com os olhos rasos d’água
Mas sem mágoa

Primeiro eu vou fingir espanto
Depois sorrir banhada em pranto






JANELAS ABERTAS
(A.C. Jobim)
Sim
Eu poderia fugir, meu amor
Eu poderia partir
Sem dizer pra onde vou
Nem se devo voltar

Sim
Eu poderia morrer de dor
Eu poderia morrer
E me serenizar

Ah
Eu poderia ficar sempre assim
Como uma casa sombria
Uma casa vazia
Sem luz nem calor

Mas
Quero as janelas abrir
Para que o sol possa vir iluminar nosso amor



SEM MAIS ADEUS(Francis Hime)

Vim, cheio de saudade
Cheio de coisas lindas pra dizer
Vim porque sentia
Que nada existia fora de você
Nem a poesia, amor
Na sua ausência quis me receber
Vim banhado em pranto
Eu te amo tanto
Vem, vem aos braços meus
Sem mais adeus
Oh, vem




NADA COMO TER UM AMOR
(Carlos Lyra)


Nada como ter carinho
Nada como estar pertinho
Ao se enternecer
Bem baixinho, assim dizer:
Só hei de amar você

Nada como viver juntos
Sempre assim, querer e muito
Nada como ter alegria de viver
E ver o sol aparecer
No sempre novo resplendor
E não ter nada como ter amor



NA HORA DO ADEUS
(A.C. Jobim)

O amor só traz tristeza
Saudade, desilusão
Porém, maior beleza
Nunca existiu pra iluminar
Meu pobre coração

Há quem diga que o amor que se tem
É uma graça de Deus
Outros dizem que a graça se acaba
Na hora do adeus

Mas, seja como for
Perdoa, amor
E volta aos braços meus




SONETO DA SEPARAÇÃO
(A.C. Jobim)

Derepente do riso fez-se o pranto
Silencioso e brando como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto


De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o presentimento
E do momento imóvel fez-se o drama


De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente




SÓ ME FEZ BEM
(Edu Lobo)

Não sei se foi um mal
Não sei se foi um bem
Só sei que me fez bem ao coração
Sofri, você também
Chorei, mas não faz mal
Melhor que ter ninguém
No coração


Foi a vida
Foi o amor quem quis
É melhor viver
Do que ser feliz
Foi tudo natural
Ninguém foi de ninguém
Mas me fez tanto bem
Ao coração



SÓ POR AMOR
(Badem Powell)


Só por amor
Só por paixão
Só por você
Você que nunca disse não

Só por saber
Que o coração
Sabe demais
Que a razão não tem razão


Por você que foi só minha
Sem jamais pensar por quê
Por você que apenas tinha
Razões e mais razões pra não ser


Só por amor
Só por amado
Só por amar

Meu amor, muito obrigado
Meu amor, muito obrigado




SONETO DA FIDELIDADE
(Capiba)

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante, mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quanto mais tarde me pocure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure




TAMBÉM QUEM MANDOU
(Carlos Lyra)


Já não sei mais viver sem ela
Mas também quem mandou
Quando estou longe dela
É uma dor, é uma dor
Que saudade...

Sim
Eu já estou achando
Que esta saudade assim
Só pode ser amor

Eu queria brincar de amor com ela
Mas também quem mandou
Também quem mandou....


TERNURA
(Vinicius de Moraes)


Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos

Das noites que vivi acalentando

Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo

Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas

Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um trasbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.


AUSÊNCIA
(Vinícius de Moraes)
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua preseça é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.

Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra aladiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.

Eu deixarei.... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçãrão outros dedos e tu desborcharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram o dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos.
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz sernizada.


PERGUNTE A VOCÊ
(Ian Guest)

Não pegunte por quê
Se tudo o que é lindo
Existe em você
Não pegunte por quê
Aceite sorrindo
O que aconteceu
Tão simplesmente Amor, quem vai nos dizer por quê
As manhãs se desnudam ao sol
E o mar vem nas praias morrer
Não pergunte por quê
Ou antes, pegunte
Pergunte a você


PODE IR
(Carlos Lyra)

Pode ir
Pode fazer o que melhor entender
Porque, amor, cada um sabe de si
Porque, amor, cada um sabe de si
Mas se você quiser brincar com o nosso amor
Não vem, que alguém provavelmente
Vai amargurar a grande dor
De ver alguém também querer partir
Porque partir é repartir, meu bem
É se perder nesse mar por aí
Mas você quer brincar, quer fingir
Pode ir, pode ir e depois chorar



POR QUE SERÁ
(Carlinos Vergueiro - Toquinho)

Por que será
Que eu ando triste por te adorar
Por que será
Que a vida insiste em se mostrar
Mais distraída dentro de um bar
Por que será
Por que será
Que o nosso assunto já se acabou
Por que será
Que o que era junto se separou
E o que era muito se definhou
Por que será
Eu quantas vezes
Me sento à mesa de algum lugar
Falando coisas só por falar
Adiando a hora de te encontrar
É muito triste
Quando se sente tudo morrer
E ainda existe o amor
Que mente pra esconder
Que o amor presente
Não tem mais nada para dizer
Por que será



POR TODA A MINHA VIDA
(EXALTAÇÃO AO AMOR)
(A.C. Jobim)

Minha bem-amada
Quero faze de um juramento uma canção
Eu prometo, por toda a minha vida
Ser somente teu e amar-te como nunca
Ninguém jamais amou, ninguém...
Minha bem-amada Estrela pura, aparecida
Eu te amo e te proclamo
O meu amor, o meu amor
Maior que tudo quanto existe
Oh, meu amor




EXÍLIO DE AMOR
(Maria Bulek)

Cheguei tarde.... bem sei.... mas não importa!
No imprevisto do acaso, os meus caminhos
preenchem dúvidas que a dor conforta.
E a esperança, suporto-a entre espinhos.

Não te desejo em silêncio, pois morta
Jamais estive ao lembrar teus carinhos.
A razão de ser triste, e o que desgosta,
- é não ter-te .... amar-te.... e estarmos sozinhos.


E lembrar - no instante em que muito te quis,
supor descuidar-me, no jogo que fiz,
- deixando-te ansioso, pensando em mim.

Não sou tua.... não és meu.... mas sou feliz.
Teu olhar em meu olhar, revela e diz:
- Somos exilados de um amor sem fim.