Quem sou eu

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Advogada, Professora, Especialista em Direito Administrativo; Direito Previdenciário; Pedagogia Escolar: supervisão e orientação; Metodologia da Ciência; Metodologia do Ensino Superior e Direito Educacional. Representante do Fórum Paranaense da Pessoa Idosa no Conselho Estadual do Direito da Pessoa Idosa do Paraná – CEDI PR, integrante do Fórum Paranaense da Pessoa Idosa – FPPII, Membro Efetivo da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Paraná e Membro Efetivo da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil - ,seção Paraná,. Estudiosa do Envelhecimento, Longevidade e dos Direitos inerentes à Pessoa Idosa. E-mail: adv.rosangela.s@gmail.com

15 outubro 2019

SOBRE O DIA DO PROFESSOR/PROFESSORA EM TEMPO DE DESTRUIÇÃO DA EDUCAÇÃO E DE HIPOCRISIA


Quando revisito o passado, lembranças do exercício profissional, frutos de uma carreira que exerci por mais de três décadas, surgem na forma de  trailer, como se a vida fosse apenas  um filme. Desde o início da atividade, foram muitas emoções e alegrias, mas, também, inúmeros enfrentamentos e decepções. 
Hoje, dia do Professor e da Professora, recordo o passado e comparando com  o presente, tenho muito, muito mesmo, orgulho do papel de destaque que sempre eu e meus colegas de profissão exercemos junto aos estudantes e suas famílias. 
Na relação professor/aluno/famílias houve momentos turbulentos, todavia transpostos porque amor e dedicação sempre foram reconhecidos por todos aqueles que, ao seu tempo, participaram do cotidiano escolar.
O resultado positivo do trabalho desenvolvido sempre chega na forma  de um sorriso, de um abraço, de um beijo e, sempre, sempre, pela frase: “Que saudades professora!!!! Você foi a melhor professora que eu tive”. Sabemos que essa frase é repetida para cada um dos professores/ professoras, mas faz com que sintamos orgulho de fazer parte, de haver contribuído na vida de uma pessoa. Entendendo que a educação é uma das formas mais sublimes do amor, porque amar é dividir, é ser solidário. Essa frase dita a cada professor/professora representa isso: amor, solidariedade e gratidão. 
De outro vértice, rememorar o início da caminhada até os dias atuais, dificilmente um professor/professora poderá apontar momentos de paz profissional no que tange reconhecimento por parte de governantes políticos sobre a importância de valorizar, investindo na carreira daqueles e daquelas que atuam na formação humana e profissional de gerações de crianças e jovens.
Essa última década foi e continua sendo marcada por constantes ataques a carreira de professor/professora: retirada de direitos; afronta a direitos constitucionais como o da reposição de perdas inflacionárias; redução de investimentos na educação; corte de verbas nas universidades; desvalorização da produção científica; mudanças previdenciárias que não reconhecem a profissão como estressante e uma das que mais acometem adoecimento físico e psíquico, carecendo, desse  modo, de redução do fator idade e tempo de contribuição previdenciária; ataque ao direito do professor/professora de afastamento para buscar atualização profissional; redução/retirada de hora atividade; da não aplicabilidade do princípio da isonomia entre os servidores públicos; da ilegalidade de aplicação de índices de aumento diferenciado entre os servidores dos três poderes, dando preferência  apenas aqueles do poder judiciário e/ou os da Assembleia Legislativa; decisões judiciais e administrativas  injustas de cunho politico e não com fundamento na Lei por parte do judiciário e do Administrador Público; falsidade em discursos políticos que frisam de que para eles, governo, seja qual for, municipal, estadual e/ou federal, “educação é prioridade”. Quem reconhece a educação como “prioridade” investe, apoia, ouve e jamais persegue e retira direitos de quem é responsável pela formação humana de gerações.
Enfim, orgulho de ser professor/professora se e somente se, quanto ao papel exercido junto aos estudantes e famílias. 
Tristeza, decepção e desestímulo profissional ao vivenciar posições e ações do Poder Público e de agentes do judiciário quando a demanda trata de questões da Educação. 
A desvalorização do Professor/professor reflete na sociedade, do não pertencimento, da descaracterização e do desprezo a história de um país, de uma nação pelo seu povo.

03 julho 2019

Filhos são reflexos de seus pais


Embora alguns tenham uma jornada de vida encurtada, o que os tornará eternos para seus filhos são os exemplos deixados. É inegável que o maior patrimônio de um ser humano é a forma como ele aplica nas relações sociais, afetivas e profissionais os valores humanos apreendidos com seus pais.
Não há dúvida de que pai e mãe contribuem na realização pessoal e profissional dos filhos, porque defendem de forma incansável, o direito de felicidade para seus filhos. Nesse sentido, a primeira tarefa dos pais é ensinar-lhes acreditar em sonhos e no próprio potencial para, assim, adquirir capacidade de conquista.
Paciência, dedicação, luta, caráter, solidariedade, respeito, discernimento, coragem e fé são valores ensinados pelos pais e presentes na vida dos filhos enquanto princípios vivenciados por eles ao lado de seus pais.
Pais são mais do que simples conselheiros, são exemplos. Os filhos são reflexos de atitudes e motivações dos pais, quando esses encontram-se comprometidos com a educação e transmissão do principal conteúdo que é mostrar-lhes que o insucesso não é derrota e sim, capacidade de refletir sobre os erros cometidos para, assim, construir novos trajetos, conquistando sabedoria.


“Viva de tal modo que quando seus filhos pensem em justiça, carinho e integridade, pensem em você”. (H. Jackson Brown)

15 março 2019

ATÉ QUANDO?


Atualmente vivenciamos a deterioração nas relações humanas. Enquanto houver impunidade e o acabrunhar autorizado por meio de discursos falaciosos e oportunistas que incitam e fazem aflorar nos sujeitos todas as formas de preconceito e discriminação, inexistirá consciência do valor da vida humana.
Assim, presenciamos a inversão de valores humanos na sociedade contemporânea. Estamos diante de uma sociedade pacífica e inerte que aceita como normal os inúmeros ataques ao seu semelhante, sem se dar conta de que, quando se é formulada uma justificativa para ações incoerentes e desproporcionais ao agravo sofrido, contribuímos direta e indiretamente com a propagação da violência, seja ela de ordem física, moral ou psíquica.
Os atos que buscam ofender e/ou desmoralizar e/ou oprimir e/ou excluir e/ou chacotear e/ou chantagear e/ou invadir a privacidade e/ou eliminar o próximo, sejam cometidos de forma explicita e/ou implícita, perfazem as inúmeras faces da violência.
Dito isso, observa-se de que não poucas vezes aceita-se como normal uma “brincadeira” quando na verdade ela representa o rebaixamento de uma pessoa ou de uma determinada parcela da sociedade. Todavia, quando ocorre um ato em grandes proporções como é o caso de atentados, nos quais as mortes se dão de forma trágica e inesperada, a sociedade clama por segurança, justiça e busca apontar culpados. Neste caso todos entendem de que não se trata de mera “brincadeira”.
Se o que diferencia o ser humano dos animais é a capacidade de raciocinar, onde está a coerência entre o ato “brincadeira” e o “trágico”? Quantas tragédias serão necessárias até que os “humanos” compreendam de que todo infortúnio é acompanhado de prenúncio?
A ambição pelo poder não pode e não deve sobrepor os valores humanos. Pecamos, erramos e somos cumplices quando nada fazemos para assegurar o convívio harmônico entre os “humanos”. A omissão de buscar compreender o outro e de não respeitar todas as formas de diferenças que há entre os seres humanos favorecem o surgimento de fatalidades.
Cada indivíduo de um modo ou de outro, de um momento para outro pode explicitar uma forma de comportamento reprovável aos padrões societários da época. Todavia, sob esse prisma, quando o sujeito encontra terreno fértil e seguro para expor aquela espécie comportamental, torna-se desumano e cruel. É capaz de matar para fazer valer a sua forma de pensar e agir.
Frente ao exposto compreende-se de que inexiste tão somente a violência por meio de instrumentos letais. São inúmeras as formas de cometimento de atos agressivos. Assim sendo, nota-se de que, atualmente, é necessário aprofundar o estudo sobre as diversas faces da violência velada, pois é por meio de atos considerados como “brincadeira” e/ou “normais” que decorrem os grandes espetáculos de sangue e dor.
Não basta apenas ficar atônico e baixar a guarda para ser solidário a dor de seu semelhante diante de uma desgraça dita, em muitas vozes, “inesperada” que em verdade já vinha sendo arquitetada e anunciada. Atos violentos comovem, mas dificilmente promovem a reflexão dos sujeitos dentro da sociedade.
Da forma como está estruturada a sociedade atual, ela não é mais nem menos de que uma junção de diversos grupos que pensam e agem de forma diversa, sem compromisso com o todo. São inúmeras “irmandades” que julgam deter a “verdade absoluta”. Seus membros, intolerantes e agressivos, buscam nesta agremiação demonstrar poder e domínio.
É imprescindível a aprendizagem a partir dos próprios erros. O mundo atual está numa UTI. Enquanto não houver solidariedade e compaixão pelo semelhante no lugar da defesa e justificativa de que este ou aquele ato é permissível porque determinado sujeito discursa que é a melhor forma para evitar danos maiores, continuaremos contribuindo para o extermínio da raça humana. A palavra do momento é reflexão para, assim, buscar uma convivência harmoniosa e livre da imposição de paradigmas.