Quando revisito o passado, lembranças do exercício profissional, frutos de uma carreira que exerci por mais de três décadas, surgem na forma de trailer, como se a vida fosse apenas um filme. Desde o início da atividade, foram muitas emoções e alegrias, mas, também, inúmeros enfrentamentos e decepções.
Hoje, dia do Professor e da Professora, recordo o passado e comparando com o presente, tenho muito, muito mesmo, orgulho do papel de destaque que sempre eu e meus colegas de profissão exercemos junto aos estudantes e suas famílias.
Na relação professor/aluno/famílias houve momentos turbulentos, todavia transpostos porque amor e dedicação sempre foram reconhecidos por todos aqueles que, ao seu tempo, participaram do cotidiano escolar.
O resultado positivo do trabalho desenvolvido sempre chega na forma de um sorriso, de um abraço, de um beijo e, sempre, sempre, pela frase: “Que saudades professora!!!! Você foi a melhor professora que eu tive”. Sabemos que essa frase é repetida para cada um dos professores/ professoras, mas faz com que sintamos orgulho de fazer parte, de haver contribuído na vida de uma pessoa. Entendendo que a educação é uma das formas mais sublimes do amor, porque amar é dividir, é ser solidário. Essa frase dita a cada professor/professora representa isso: amor, solidariedade e gratidão.
De outro vértice, rememorar o início da caminhada até os dias atuais, dificilmente um professor/professora poderá apontar momentos de paz profissional no que tange reconhecimento por parte de governantes políticos sobre a importância de valorizar, investindo na carreira daqueles e daquelas que atuam na formação humana e profissional de gerações de crianças e jovens.
Essa última década foi e continua sendo marcada por constantes ataques a carreira de professor/professora: retirada de direitos; afronta a direitos constitucionais como o da reposição de perdas inflacionárias; redução de investimentos na educação; corte de verbas nas universidades; desvalorização da produção científica; mudanças previdenciárias que não reconhecem a profissão como estressante e uma das que mais acometem adoecimento físico e psíquico, carecendo, desse modo, de redução do fator idade e tempo de contribuição previdenciária; ataque ao direito do professor/professora de afastamento para buscar atualização profissional; redução/retirada de hora atividade; da não aplicabilidade do princípio da isonomia entre os servidores públicos; da ilegalidade de aplicação de índices de aumento diferenciado entre os servidores dos três poderes, dando preferência apenas aqueles do poder judiciário e/ou os da Assembleia Legislativa; decisões judiciais e administrativas injustas de cunho politico e não com fundamento na Lei por parte do judiciário e do Administrador Público; falsidade em discursos políticos que frisam de que para eles, governo, seja qual for, municipal, estadual e/ou federal, “educação é prioridade”. Quem reconhece a educação como “prioridade” investe, apoia, ouve e jamais persegue e retira direitos de quem é responsável pela formação humana de gerações.
Enfim, orgulho de ser professor/professora se e somente se, quanto ao papel exercido junto aos estudantes e famílias.
Tristeza, decepção e desestímulo profissional ao vivenciar posições e ações do Poder Público e de agentes do judiciário quando a demanda trata de questões da Educação.
A desvalorização do Professor/professor reflete na sociedade, do não pertencimento, da descaracterização e do desprezo a história de um país, de uma nação pelo seu povo.
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