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Advogada, Professora, Especialista em Direito Administrativo; Direito Previdenciário; Pedagogia Escolar: supervisão e orientação; Metodologia da Ciência; Metodologia do Ensino Superior e Direito Educacional. Representante do Fórum Paranaense da Pessoa Idosa no Conselho Estadual do Direito da Pessoa Idosa do Paraná – CEDI PR, integrante do Fórum Paranaense da Pessoa Idosa – FPPII, Membro Efetivo da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Paraná e Membro Efetivo da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil - ,seção Paraná,. Estudiosa do Envelhecimento, Longevidade e dos Direitos inerentes à Pessoa Idosa. E-mail: adv.rosangela.s@gmail.com

23 março 2024

A EDUCAÇÃO É FATOR DETERMINANTE PARA A VALORIZAÇÃO DA PESSOA IDOSA

Em rodas de conversa com pessoas 60+, é unânime entre elas a percepção de que os anos passaram muito rápido e que é difícil acreditar que já fazem parte do público denominado Pessoa Idosa.

As justificativas mais recorrentes sobre este lapso temporal não contabilizado por elas, é que a preocupação com os filhos e a responsabilidade com os deveres profissionais e familiares, fizeram com que o processo de envelhecimento ocorresse sem que percebessem o tempo voar.

E, hoje, como Pessoas Idosas, analisam que o envelhecimento se deu ao longo das décadas, mas que em períodos pretéritos não havia tempo para parar e pensar nas mudanças que incidiam em seus corpos e mentes.

Houve incompreensão de que o passado não volta e que nestes períodos transcorridos faltou, a época, discernimento e sensibilidade para perceber que estavam abrindo mão de participar e abraçar o próprio processo de envelhecimento. Foram omissos e inertes no protagonismo de suas vidas, deixando de interagir mais na vida social, de buscar outras formas de relacionamentos fora do contexto familiar e permitiram que muitos afazeres e problemas cotidianos monopolizassem o tempo destinado à diversão, ao convívio intergeracional, às amizades constituídas na infância, adolescência e na juventude.

É claro que, na condição de seres humanos, o processo de envelhecer nos acompanha desde a fecundação. Infelizmente, quando atingimos a fase adulta, frente às obrigações impostas pela rotina, tornamo-nos prisioneiros das responsabilidades com a vida profissional e familiar.

A sociedade contemporânea exige de cada cidadão e cidadã uma parcela de sacrifico. Talvez a parte mais abandonada por nós seja a de viver e conviver cada instante como único, valorizando e aprendendo, por meio de pausas nas exigências diárias, com todos os bons e maus momentos vivenciados, prezando as amizades constituídas neste caminho da evolução humana, buscando novas experiências e integrando e agregando, efetivamente, em segmentos, da educação, da intergeracionalidade, do lazer, no ambiente laborativo, da cultura, do esporte, da diversão, dos produtos e serviços, bem como de movimentos sociais trazendo a memória e a identidade cultural da comunidade em que somos parte.

O mais trágico dentro deste contexto é que, indivíduos que ainda não integram o grupo de Pessoas Idosas, ignoram as experiências e contribuições que uma pessoa 60+ é capaz de transmitir. É notório que quem não faz parte dessa parcela da sociedade não se vê como uma futura Pessoa Idosa, porém o processo de envelhecimento é implacável, todos irão envelhecer!

Aponta-se que o pior inimigo das Pessoas Idosas, no mundo hodierno, é a discriminação em razão da idade. Apesar dos avanços nas Políticas Públicas e Legislativas no segmento da Pessoa Idosa, ainda um número expressivo de indivíduos impedem e/ou dificultam o acesso do público 60+ aos instrumentos necessários ao exercício da cidadania.

Da mesma forma, com justificativas de cunho subjetivo, oportunizando pessoas mais jovens, privam e/ou dificultam, sem justa causa, a Pessoa Idosa que tem formação e prática acadêmica, para atuar na conscientização de diversos públicos sobre o processo de envelhecimento, cujo objetivo central é eliminar qualquer forma de violência cometida contra a Pessoa Idosa, garantindo, assim, que o envelhecimento se dê de forma saudável e em condições de igualdade e de dignidade.

Concluindo, enquanto não houver ações efetivas para conscientizar os mais jovens sobre o processo de envelhecimento humano no qual todos os indivíduos estão incluídos, as Pessoas Idosas estarão fadadas a exclusão do convívio social, sob argumentos depreciativos da imagem e dos direitos da pessoa 60+ na sociedade; pejorativos por meio de ofensas e humilhações com o intuito de denegrir a imagem das Pessoas Idosas e; discriminativos com objetivo de marginalizar as pessoas 60+, utilizando como base as diferenças e comparando de modo desfavorável o tratamento dispensado a ela aos demais cidadãos e cidadãs, somente em razão da idade.

Dra. Rosangela Schmidt 

Valorizar o ser humano, independentemente de sua idade, cor, raça, religião, corrente política e classe social, transforma uma sociedade preconceituosa em solidária



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